Fonte: Ana Carolina Silva

terça-feira, 7 de maio de 2013


                  Ilha, seu Potencial quanto Atrativo Turístico

Há muito o Grupo de Pesquisa e extensão Ilha da Boa Viagem vem conversando, pesquisando e estudando o potencial que a Ilha de Boa viagem tem para tornar-se Atrativo Turístico. Na Ilha existe um acervo histórico tão importante quanto o Forte de Santa Cruz, há um acervo religioso tão forte quanto o da Igreja de São Lourenço dos Índios e com certeza uma vista privilegiada tão bela quanto é a vista no Mac.
Por que então, mesmo com todos esses atributos reunidos a Ilha da Boa Viagem continua a margem do Turismo de Niterói? E os moradores e visitantes, será que conhecem a Ilha? Será que tem o interesse em conhecer? E será que a abertura da mesma para turistas não ajudaria a alavancar o Turismo de nossa cidade? Para responder entre essas e outras questões foi realizado entre os dias 18 de outubro e 1° de Novembro na praia de Boa Viagem, Icaraí, nos arredores do Mac e Online uma pesquisa quantitativa e qualitativa e seus resultados será apresentado aqui, nas Tabelas 1, 2, 3, 4 e 5.

O que essa pesquisa nos mostra? Simples, os moradores de Niterói tem conhecimento da Ilha, sabe de sua existência, porém na sua maioria não tiveram e não tem acesso. Dos visitantes a sua maioria volta a Niterói o que nos mostra que há um interesse pela cidade. Em contraponto essa pesquisa mostra também que a maioria massiva (Tabela 4) tem interesse em conhecer a Ilha. A explicação é óbvia a Ilha esta num caminho importantíssimo para o Turismo de Niterói, próximo a um Monumento que se tornou a marca da cidade para o Brasil e para o mundo, mas não se encontra aberta o público não tem livre acesso o que aguça a curiosidade. Alem de sua forma geográfica, e as arquiteturas (Ponte e Igreja, que é o que se vê de longe) que chamam atenção.
O turismo em Niterói é pouco aproveitado, disso muito se sabe, mas ao longo dos anos isso tem mudado, antes era impensável que 120 mil pessoas visitassem a cidade por ano (segundo José Haddad ao site da Neltur*), hoje isso já é uma realidade. Para saber o que a população pensa a respeito nesta mesma pesquisa foi realizada também uma pesquisa Qualitativa em busca da opinião dos entrevistados. Foi perguntado se conhecem e o que acham do Mac as respostas foram diversas dentre elas sobressaíram: Forma atrativa, porém seu interior não chama atenção; Má utilização do espaço que poderia ser mais bem utilizado com exposições mais atrativas ao publico. Além disso, foi perguntado o que acham do fato da Ilha da Boa Viagem ser fechada, e se destacaram: Historicamente deveria ser publica; Seria ótimo para mostrar mais sobre a historia da cidade; se fosse aberta iria alavancar o Turismo.
A necessidade de se pensar em projetos, e é claro, tira-los do papel é obvia. Para saber o que pensam, foi pedida a opinião dos entrevistados sobre que tipo de atração gostariam que tivesse em um espaço como a Ilha as respostas foram diversas, entre elas: Museu, Exposição de Fotos, Restaurante com vista panorâmica e comida típica indígena, Festa comemorativa de ano em ano, visita guiada, Trilhas, Teatro etc.
Durante visitas a Dona Maria Pérola houve a descoberta de alguns projetos envolvendo a Ilha, como um teleférico para melhor acesso principalmente de idoso e pessoas com deficiência, estava tudo certo para o teleférico chegar, porém não se sabe o que aconteceu que este foi para Friburgo. Outro projeto foi de interesse da Prefeitura que queria fazer uma casa de Shows. Apesar desses interesses nada até hoje foi formalizado talvez pelo impasse com os interesses dos escoteiros. Houve também uma visita guiada á Ilha Fiscal para edificar uma comparação de um espaço geográfico que deu certo Turisticamente com a potencialidade da Ilha da Boa Viagem. Nesta visita foi possível ter acesso ao Serviço Histórico da Marinha que desenvolve um importante papel na Ilha Fiscal. Na praça XV foi indagado junto aos responsáveis porque não haveriam de também desenvolver a Ilha da Boa Viagem, tal como fizeram com a Ilha Fiscal, a resposta foi de que este tipo de serviço não é prioridade da Marinha, por ser um órgão voltado para a defesa nacional, mas que no caso da Ilha da Boa Viagem, a Marinha reconhece a importância do grupo dos escoteiros do mar na condução das discussões para melhor planejar a ilha.  
Fica claro que para fazer qualquer projeto Turístico na Ilha há a necessidade de se unir com escoteiros do mar, sem essa união torna-se impossível. É essa união que o Projeto de Pesquisa e Extensão vem buscando, um meio termo entre a conservação da tradição e dos interesses dos escoteiros e os interesses, demonstrado em nossa pesquisa, dos moradores e turistas em ter um espaço agradável como Ilha aberto ao publico. Esse espaço ser aberto seria ótimo para a região, uma continuidade do turismo que temos no Mac, uma opção a mais para a permanência do turista na cidade. A união com os Escoteiros não é algo impossível, o que deve haver é o famoso bom senso, o respeito pela opinião das duas partes. O que o grupo procura hoje são parcerias, pessoas que abracem essa causa, pessoas e grupos que queiram também promover o turismo nessa cidade linda. E é óbvia a possibilidade de abertura desse espaço histórico, pois Potencial já foi demonstrado que a Ilha da Boa Viagem possui.
                                   Artigo: Jéssica Siqueira 
                  (feito para revista geo-paisagem ano 2, n°2, 2012)
            Com colaboração: Lívia Saliba, João Lourenço, Pâmela Couto

sábado, 21 de janeiro de 2012

1° Reunião Do Projeto de Extenção

                           Foto: http://www.escoteiros.org.br/noticias/noticia_detalhe.php?id=6
No dia 12 de janeiro de 2012 foi realizada a primeira reunião de nosso grupo junto à Dona Maria Pérola. Um aprendizado grandioso numa conversa esclarecedora.
Foi percebida a necessidade de o projeto ser feito em parceria com os Escoteiros do Mar, sem essa parceria não será possível dar continuidade. E bem sabemos é muito importante a inserção da comunidade, pois como bem estudamos em qualquer segmento o envolvimento da Comunidade local é uma das premissas para o desenvolvimento sustentável do Turismo. Ficou claro o quão ainda é viva toda memória que a Ilha de Boa Viagem possui, e o quanto essa Memória é importante para que junto a Comunidade o projeto seja realizado.
Dona Maria Pérola com sua força, sua memória ainda intacta no auge de seus 89 anos, com suas histórias e lembranças, pois sua infância e sua vida toda pertence a Ilha, nessa reunião nos deu inspiração e vontade de dar continuidade ao Projeto de Extensão.  
O que fica dessa reunião é a certeza de que o trabalho apenas esta começando, e temos muito ainda a fazer, e um longo caminho a percorrer, mas com a parceria certa, e a compreensão dos desejos, medos e anseios do outro e com o trabalho e planejamento certo temos tudo para termos sucesso nesse Projeto.  



                                                                               Por: Jéssica Siqueira

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ilha da Boa Viagem: uma ilha, muitas histórias.


Coadjuvante do Museu de Arte Contemporânea, a Ilha de Boa Viagem é um daqueles lugares que inspiram curiosidade quanto a sua função e história, seja pela mata densa que cobre sua superfície, seja pelas pequenas construções que brotam do meio de suas árvores.
O primeiro registro da ilhota data de 1615 e foi feito pelo holandês Dierick Ruiters. Nos mapas dos séculos  XVII e XVIII, a Ilha de Boa Viagem era considerada um ponto de referência para os navegantes e representava a chegada a mares seguros.
Em 1650 foi construída a igreja localizada no centro da ilha, em homenagem à Nossa Senhora da Boa Viagem, que já passou por dois incêndios desde sua construção. Em 1663 foi construída a pequena fortificação voltada para a baía, que chegou a trocar tiros com a frota do corsário francês Dugay-Trouin, em 1710, e com a  Fortaleza de Villegaignon, em 1893, durante a Revolta da Armada, sendo arrasado nas duas ocasiões.
Com o passar do tempo, a ilha foi transformada em posto de comando, escola de aprendizes, quartel e até prisão militar e após o fim da Segunda Guerra, passou para o controle dos escoteiros do mar, na figura do seu fundador, o almirante Benjamin Sodré.
Após a morte do almirante em 1982, sua filha, Maria Pérola Sodré passou a ser a guardiã da Ilha da Boa Viagem, que desde 1938 é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Por Vinícius Moreira